Acrescentando vida aos meus dias acredito que tenho muito a caminhar. Ficando exposto durante tanto tempo, vem o reconhecimento. 
Lembro-me de alguns personagens desta cidade que ficaram conhecidos como o Bugre do Bar, Tingo da Prainha, Joaquim Açougueiro, João Minha Avó, João Periquito e tantos e tantos que teria que publicar um dicionário com as explicações para os mais jovens. 
Este gostoso modelo cultural não perdemos, graças a Deus. Recentemente todos se lembram do engraxate Aquilino “Ah! Dá Licença”. 
Sempre tive curiosidade em saber como sou conhecido. Sem nenhum critério científico de pesquisa não consigo chegar a uma conclusão. 
Nas abordagens que recebo, sempre empíricas, a maioria na rua e locais que freqüento para a aquisição de produtos necessários à minha subsistência, ouço várias opiniões, nunca convincentes. 
Esta semana necessitei de uma publicação do Arquivo Público do Estado de Mato Grosso. Para receber o livro como doação há necessidade de se requerer através de ofício com justificativa, assinatura, data e carimbo no documento. 
O único carimbo que possuo consta o meu nome e o número do Conselho Regional de Medicina onde não há menção de especialidade. 
Pois bem. O ofício foi refeito na repartição por não estar correto e no crédito que me deram descobri finalmente como sou conhecido aqui. 
Não sou identificado como médico ou professor, idoso ou na fila do tempo. 
Carinhosamente o Centro Cultural de Mato Grosso batizou-me como Ginecologista.
Culpa do diretor do Site Bom, que sempre me chamou de seu Ginecologista.

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